quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Coral - 4 anos



 


Eu curto celebrar datas. Sou muito fã de abrir e fechar ciclos. Penso que é um exercício que faz bem à alma. Dá motivação pra gente e nos faz observar um caminho, analisar o que aconteceu e pensar no que virá. Tudo isso pra dizer que agora, no finalzinho de setembro de 2024, eu completei quatro anos que descobri e sigo a carreira linda da artista baiana CORAL.

Tem sido um caminho emocionante e revelador acompanhar a trajetória dessa artista tão potente e especial. Quanta coisa aconteceu no Brasil e no mundo desde aquele ano marcante de 2020. Como Coral mudou. Testemunhar a transição dela, praticamente ali, junto com seu público, tem sido uma experiência nova e enriquecedora pra mim. Humanamente muito gratificante. 

Há praticamente meio século que acompanho a música brasileira e seus artistas incríveis, mas poucas vezes me emocionei tanto com o talento e a sensibilidade de alguém como aconteceu com Coral. Desde o primeiro momento em que tive contato com sua arte, lá naquele domingo de setembro de 2020, na live do escritor pernambucano Macelino Freire que eu percebi a grandeza do que via/ouvia.

Já são quatro anos seguindo de perto a carreira de Coral, sempre torcendo para que ela chegue a cada vez mais pessoas e atinja novos públicos para que sua arte se consolide.

Não é novidade para ninguém como é difícil a caminhada de uma artista independente nesse país. Ainda mais para uma pessoa trans e que não abre mão da qualidade e poesia de seu trabalho. Porém, a meu ver, Coral tem trilhado um caminho lindo e levado sua arte a ouvidos muito especiais como os de Chico César e Fernanda Takai, por exemplo. São dois talentos consagrados da nossa música que ouviram as composições de Coral e já gravaram com ela.


Muita coisa linda ainda está por vir e um show bem especial vai acontecer na próxima semana aqui em São Paulo.  O Bona, um espaço de shows no bairro do Sumaré e que foi eleito como uma das melhores casas de shows da cidade vai receber, pela primeira vez, um show solo de Coral. Ela já tinha feito participação em shows de colegas por lá, mas um show completo, só dela, vai ser a primeita vez.

Esse post tem o objetivo não só de celebrar os quatro anos que acompanho a carreira de Coral, mas também convidar a cada um para estar na noite de 17/10/24, uma quinta-feira, junto comigo no Bona. Vamos curtir a poesia e o talento dessa artista que tanto me emociona e encanta com seu carisma, sua presença de palco, suas canções autorais e, sobretudo, com sua beleza de alma (e corpo também, lógico!) e caráter.

Os ingressos podem ser adquiridos pelo Eventim e os links estão na bio de Coral nas redes sociais onde ela está como @aocoral

Aguardo, com ansiedade por esse dia. Vai ser muito especial. Quem vem comigo?






segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Coral canta a Bahia


Pensar em uma Virada Cultural, na capital de alguma grande cidade, pode provocar receio em algumas pessoas, mas garanto que dá pra se pinçar pérolas em meio a quantidade de atrações e foi isso que aconteceu neste fim de semana, em Belo Horizonte.

Foram mais de 230 atrações e, lógico que eu fui pra assistir um espetáculo em especial. 

Já faz quatro anos que acompanho, de perto e cada vez com mais interesse, a carreira de Coral, artista baiana que não para de me surpreender com seu talento absurdo. E não foi diferente com a estreia de seu novo show, que aconteceu justamente na Virada Cultural. CORAL CANTA A BAHIA  é uma grande homenagem que a artista faz aos seus conterrâneos, aos artistas que, de uma forma ou outra, a influenciam e que ela admira.

Com sua voz inconfundível, seu domínio de palco e sua personalidade cativante, Coral dá novas roupagens a clássicos das carreiras de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Wally Salomão, sem esquecer das canções que marcaram o chamado axé baiano. Acompanhada do talentoso músico e produtor mineiro Dudu Amendoeira (que dividiu com ela a produção musical do show) e do percussionista Almin Bah, Coral apresentou, na Virada, um show mais enxuto do que o concebido originalmente, em virtude da restrição de horário que não passava de uma hora de duração para cada artista.

Um público atento e interessado lotou a frente do palco Chico Nunes, localizado dentro do Parque Municipal de Belo Horizonte, para a estreia do novo show de Coral e foi unanimidade em aclamar o espetáculo. 



O trio de artistas entrega um show lindo, cujo formato cabe tanto em festivais como em teatro fechado. Alô contratantes! Vamos movimentar a cena musical e chamar artistas novas, como Coral, para variar os line-ups?

Eu tinha uma ideia do que poderia ser o show, mas Coral me surpreendeu mais uma vez com sua performance, sua escolha de repertório e as novas roupagens que deu para canções que já podem ser consideradas como clássicos da nossa música. É claro que Coral incluiu canções autorais, algumas já conhecidas de seu público crescente e que já estão disponíveis nas plataformas digitais, como também canções ainda inéditas e especiais.


Foi emocionante estar presente na estreia de CORAL CANTA A BAHIA e espero que esse show possa percorrer vários palcos do país para que mais pessoas tenham acesso a um belo espetáculo, apresentado e concebido por uma artista imensa, talentosa e carismática que entrega tudo para o seu público. Coral tem tudo para chegar aonde ela quiser porque entende de seu ofício como poucas e sabe se cercar de pessoas que somam. Viva a música brasileira que está sempre se renovando e nos brindando com artistas como Coral. Viva a Bahia!







 

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Sérgio Pererê - Canções de Outono


 Hoje, 12 de junho é o dia de se comemorar, aqui no Brasil, o Dia dos Namorades. Mas, convenhamos que nem todo mundo está namorando ou está com alguém importante em sua vida. Acho que foi pensando nessas pessoas que talvez tenham rompido um relacionamento recentemente ou até mesmo que ainda não encontraram "aquela" outra metade, que Sérgio Pererê compôs as canções que estão em seu mais recente trabalho CANÇÕES DE OUTONO, lançado hoje nas plataformas.

Sérgio Pererê é um multiartista mineiro que ama pesquisar instrumentos diferentes e é daqueles compositores super criativos que costuma lançar mais de um álbum por ano. 

Nesse novo trabalho ele convidou só cantoras para dividir os vocais com ele nas 14 faixas do álbum cujo tema comum às canções é o amor. Às vezes o amor que deixou saudade, o que terminou ou  aquele que ainda vai chegar. 

Quem abre o disco, que está primoroso, é a cantora baiana, radicada atualmente em Bh, Coral. Pererê foi o convidado da artista em um dos primeiros shows com plateia reduzida que Coral fez em Belo Horizonte, em 2020 e, dali em diante, os laços de amizade e de trocas musicais entre ela e Pererê se solidificaram. DO NADA, a primeira música, já revela o clima delicioso que está presente em todo o disco.

Outras grandes cantoras convidadas são Jéssica Gaspar, Irma Ferreira, Alda Rezende, Mônica Salmaso, Lia de Itamaracá, Azzula, Maíra Freitas, Letrux, Fernanda Takai, Talita Sanha, Nath Rodrigues, o trio Amaranto e Tetê Valadares. Artistas de diferentes regiões que deram sua contribuição para esse trabalho tão especial que Sérgio Pererê entregou hoje ao mundo.

São vários os ritmos das canções e também são muitos os instrumentos tocados pelo seu idealizador.  Todas as canções são lindas e interpretadas de forma sensível e tocante. Disco impecável e que recomendo a todes que curtem canções bem feitas e que nos "pegam" desde a primeira audição.

No próximo domingo, 16/6, Sérgio Pererê fará o show de lançamento do álbum, às 19h no Sesi MG, e terá como convidada Coral. Uma banda com musicistas mulheres estará acompanhando o artista. Os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla e o valor é bem acessível.  

Ouçam o disco nas plataformas, vão ao show e espalhem bem muito esse trabalho lindo de um artista que só faz dar orgulho à sua terra. Vivam intensamente esse Outono e suas canções recheadas de amor e afeto. É Sérgio Pererê e convidadas fazendo o melhor que sabem: nos encantando com sua arte e suas vozes privilegiadas.



sexta-feira, 12 de abril de 2024

Almério - Nesse exato momento


Eu me lembro nitidamente quando foi a primeira vez que vi e ouvi o pernambucano Almério.
 O edital da Casa Natura Musical, para o ano de 2016 foi o primeiro (e acho que o único) a permitir uma votação popular onde alguns artistas eram apresentados ao público, por meio de de um video clipe, uma pequena bio e a gente podia escolher nosso preferido e votar. Eu assisti aos artistas sugeridos e quando vi o trabalho de Almério, tinha certeza que ele seria o artista em quem eu votaria. Fiquei muito entusiasmada quando vi que ele tinha sido o vencedor e, graças a isso. o CD Desempena foi gravado.
Em 2017 eu já tive a chance de assistir ao primeiro show de Almério e fiquei impressionada com a sonoridade, aqueles pífanos maravilhosos, a percussão, e, lógico, a performance do artista. Um figurino lindo, uma presença de palco espetacular e naquele momento ele me conquistou.
Essa, acima, é a primeira foto de Almério que tirei. Muitas vieram em seguida. Assisti a vários shows do Desempena, participação de Almério em Virada Cultural e o trabalho que ele fez em seguida, o disco Acaso Casa, com Marienne de Castro tinha tudo para render uma bela temporada de shows, mas aí nós vivemos a pior tragédia mundial dos tempos modernos, a pandemia, que nos prendeu em casa e limitou, absurdamente, o trabalho cultural.

A foto acima é do show Desempena. Almério e na guitarra Juliano Holanda

A solução perfeita que se desenvolveu no período mais difícil para a cultura foi fazer lives e, felizmente Almério também fazia as suas e eu lá, sempre acompanhando e curtindo o trabalho dele.

Em uma live que Almério estava super descontraído e brincando muito. Eu curti demais.

Ainda durante a pandemia, em 2021, Almério recebeu um convite para gravar um disco em homenagem a Cazuza e nasceu o projeto Tudo é amor. Naquele momento já era possível se fazer shows e lá estava eu, mais uma vez, conferindo o novo trabalho. O artista deu sua versão bem pessoal às canções de Cazuza e o resultado foi mais um belo trabalho visual e artístico impecável.

O projeto que viria a seguir, e que ainda está rodando o país e, em breve, vai para o exterior é o da vitoriosa tour com Martins, seu conterrâneo. O disco Almério e Martins ao vivo é um show muito especial que destaca o talento individual dos artistas, mas ressalta também a riqueza da união de dois grandes cantores e compositores. Eu assisti a várias edições do show, tanto em SP como no Rio de Janeiro e também em Recife.

Hoje, 12 de abril de 2024 Almério lançou seu novo trabalho, com canções inéditas que se chama Nesse exato momento. Eu considero esse disco o momento mais sublime e maduro da carreira dele. Não que ele tenha chegado ao auge, ainda tem muita coisa para mostrar e criar, mas o que se percebe neste disco é um artista que sabe o que quer, aonde pretende chegar e que se cerca dos melhores profissionais, músicos e técnicos.
Nesse exato momento tem participações pra lá de especiais como Maria Bethânia - a maior cantora do país - na faixa Quero você, que também entrou em trilha de novela e outros grandes pares do artista como Zé Manoel, Zélia Duncan, Mariana Aydar, Juliana Linhares, Chico Chico e o mestre/mago Juliano Holanda que divide os vocais com Almério na canção que fecha o disco.

Nesse exato momento é delicioso de se ouvir. O trabalho abre com as bençãos de Exu e em seguida passeia por amores não correspondidos e outros plenos com direito a suspiros e beijos maravilhosos. Um disco atual, com uma sonoridade contagiante e a voz especial de Almério. Sou muito fã e gostei demais do disco inteiro. Agora é aguardar a estreia do show, em maio, no Recife e torcer para que ele venha logo para outras cidades para que mais e mais pessoas possam curtir esse momento tão especial  desse grande artista que me encantou desde o primeiro momento e, mais ainda, quando soube de sua história de vida e luta por sua carreira.

Que bom que Almério chegou até nós Nesse exato momento e com toda certeza, quem é de amor há de vencer. Ele já venceu.

Fotos de Klaudia Alvarez




 


 

domingo, 27 de agosto de 2023

Kleber Albuquerque - Anzol


Kleber Albuquerque é cantor, compositor e instrumentista natural de Santo André, SP, mas na verdade é cidadão do mundo.

Desde o final dos nos 90, quando lançou seu primeiro CD, Kleber vem construíndo uma carreira artística sólida e com muita personalidade.  Influenciado pela literatura suas canções são pra lá de especiais e já foram gravadas por grandes nomes da MPB.

Outra característica de Kleber Albuquerque é seu espírito agregador. Quando morava em São Paulo, Kleber promovia - no quintal de sua casa - um sarau onde convidava outros artistas para se apresentarem. Era uma troca informal e sempre bem-vinda porque novas parcerias acabavam se formando. Atualmente morando em Salvador, Kleber voltou a realizar esses encontros artísticos tão necessários.

Lançado nessa sexta-feira, 25/8/23 o mais recente trabalho de Kleber Albuquerque se chama ANZOL e é um disco com oito canções onde predominam os ritmos nordestinos, provando  que não é preciso ter nascido no Nordeste pra se fazer um ótimo forró ou um xote delicioso.  

Uma parceria que Kleber tem consolidado nos últimos tempos é com o pernambucano Juliano Holanda, outro grande artista também agregador e que está presente no Anzol.

Kleber e Juliano já tem várias canções juntos e alguns singles já foram lançados, um deles contando também com a participação de Joana Terra, artista baiana com forte ligação com a música pernambucana.

Anzol pode e deve entrar em qualquer playlist voltada para a música nordestina, em especial as das festas juninas porque traz canções deliciosas e confirma o nome de Kleber Albuquerque como um grande e versátil artista da nossa música.


terça-feira, 6 de junho de 2023

Coral no Itaú Cultural - 4/6/2023

Existem palcos e Palcos, mas, com certeza, a Sala do Itaú Cultural, na Av. Paulista, está na categoria dos palcos com letra maiúscula. Proporcionando uma estrutura perfeita para os artistas que lá se apresentam, a Sala já se consolidou como uma das grandes vitrines da arte em São Paulo. 

A curadoria atual, sob o comando de Galiana Brasil, está promovendo uma programação que contempla a diversidade
mostrando a riqueza da cultura brasileira em toda a sua complexidade e beleza. A mostra Todos os gêneros, que apresentou vários espetáculos focalizando as drag-queens do país, a cultura ballroom, entre outros temas, se encerrou no último domingo cm um show impecável da cantora, poeta, compositora e instrumentista baiana CORAL. 

Acompanhada de Pedro Fonseca (guitarra e direção musical) e Yuri Vellasco (bateria) Coral apresentou canções que fazem parte dos dois EPs já lançados por ela, assim como canções de seu repertório e ainda inéditas.  Compositora de verve poética, com uma presença de palco arrebatadora e com um timbre lindo, Coral brindou a plateia, que lotou a sala, com 15 canções.

O show contou também com projeções feitas por Raquel Diógenes (@desenharaquel) em tubos espalhados pelo palco que mostravam cenas da carreira de Coral, assim como momentos pessoais da artista e outras cenas que tinham a ver com as canções. Um must que só enriqueceu o espetáculo tão bem feito e planejado.

Sem dúvida alguma, Coral é das grandes revelações recentes da MPB e merece um lugar de destaque na nossa música porque suas composições são extremamente bem feitas e cheias de poesia, sem no entretando, deixar de falar da realidade dura que atinge o público LGBTQIAPN+, seu lugar de fala.

Lista das canções apresentadas por Coral na Sala Itaú Cultural

Recomendo demais que todes sigam a carreira de Coral (@aocoral em todas as redes sociais e nas plataformas de música)
porque se trata de uma artista que tem muito a contribuir para a cultura e a boa música brasileira contemporânea.

Da mesma forma, sugiro que fiquem atentos à programação do Itaú Cultural, que nesta semana traz quatro shows, cada dia com convidados diferentes, da paraibana Cátia de França, um ícone da música nordestina.

Vida longa ao Itaú Cultural e por uma programação cada vez mais diversa e plural. A cultura agradece.
Coral clicada no show por @alexandrecalladinnifoto