Eu ainda não consegui mensurar a força, o peso, o impacto
que as canções de Coral provocam em mim. Desde a primeira vez que ouvi, uma sensação
de completude, de preenchimento, de atravessamento me levam para uma dimensão
especial. É um trato tão fino, sofisticado e bem elaborado que as canções
possuem que me dão a impressão que a arte se materializa, se torna concreta e paupável
na voz de Coral. São tantas camadas e tessituras se entrelaçando com os acordes
ora fortes, ora suaves do seu violão que não há racionalidade para explicar.
Tudo ocorre no nível das sensações, do sentimento. Eu sou levada pra um lugar
(um mar repleto de corais talvez?) onde queria morar pra sempre, com essas
notas e letras se repetindo incessantemente e sem me cansar de ouvir. É optar
pelo repeat eterno. Poucas vezes vi alguém tratar tão bem as palavras, colocá-las
no colo e embalá-las com tanta delicadeza, inteligência e cuidado. Acho que só
tem uma palavra pra me definir desde que mergulhei no universo poético de
Coral: arrebatada. Completamente. Sem possibilidade de retorno. E quem disse
que quero retornar? Desejo apenas caminhar e acompanhar, até quando eu puder,
esse florescer artístico. Admirar e sentir a beleza, a profundidade e a luz que
brotam desse talentose ser. Que a deusa diga sim.
sábado, 16 de janeiro de 2021
Coral
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