quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Zeca Baleiro - Show "Influências"

Zeca Baleiro – Show – Influências –SESC Vila Mariana – SP

Release do show:

ZECA BALEIRO

“Ele nasceu José Ribamar Coelho dos Santos, em São Luis do Maranhão, mas logo se tornou Zeca Baleiro, apelido do menino adorador de balas e todo tipo de guloseimas que, inclusive na juventude, abriu uma loja de tortas e doces caseiros,a Fazdocinhá – nome tirado de uma tradicional cantiga de roda. Sua paixão pela música tomou corpo quando começou a compor melodias para peças infantis e partiu para São Paulo, onde tentaria carreira artística mais sólida. Mesclando samba, pagode, baião, rock, pop e música eletrônica, Zeca gravou em 1997 seu primeiro disco “Por onde andará Stephen Fry?” , mas só atingiu maior repercussão após a participação no Acústico MTV de Gal Costa, onde cantou em dueto a canção “À flor da pele”. Nos anos seguintes lançou cinco álbuns com participação de cantores como Rita Ribeiro, Lobão, Arnaldo Antunes, Elba Ramalho, Moska, Fagner, Zeca Pagodinho, entre outros. Hoje, com mais de dez anos de carreira, o cantor acumulou 5 discos de ouro, 3 prêmios Sharp (1998), 3 indicações para o Grammy Latino, além de ser eleito Melhor Cantor pela APCA (1998 e 2003). Desde 2005 Zeca possui o selo Sarava Discos, que reúne produções musicais com foco na documentação e resgate de obras essenciais para a cultura brasileira. Com distribuição própria, o selo lançou diversos álbuns, entre eles, um CD póstumo de Sérgio Sampaio, só com inéditas, e um disco com poemas da escritora paulista Hilda Hilst, musicados por Baleiro e interpretados por cantoras como Ângela Maria, Ângela Rô Ro, Maria Bethânia, Mônica Salmaso e Zélia Duncan.

DE LUIZ GONZAGA À BOB DYLAN – AS INFLUÊNCIAS DE BALEIRO

Zeca Baleiro sempre destacou o rádio como sua maior influência: “Ouvi muito rádio na infância, assim como presenciei muitas festas populares, na rua, às vezes em frente da minha casa. Nasci em São Luis por acidente, mas vivi toda a infância em Arari, uma cidade da Baixada Maranhense, região culturalmente muito rica. Isso tudo está no meu trabalho, de forma às vezes mais diluída, às vezes mais explícita.”
O cantor também aponta, entre suas influências, Luiz Gonzaga e Bob Dylan: “Dois exemplos extremos de integridade artística e beleza. Mas há muito mais gente entre eles. Ouvi muito samba, minha mãe gostava muito de Noel, Wilson Batista, Ismael Silva...Adoro Jackson do Pandeiro, João do Vale. Gosto de rock, folk e blues. Também ouvi muita música africana.” Assim como a cultura de sua terra, o Maranhão, o Nordeste se faz presente em seu estilo: “Talvez não de uma forma muito óbvia e estereotipada, mas o Nordeste é algo muito forte na minha música, está presente em quase tudo que faço.”

O SHOW

Em formato intimista, o cantor e compositor Zeca Baleiro apresenta repertório de artistas que influenciaram sua carreira como Camisa de Vênus, Cartola, Walter Franco e Assis Valente – além de mostrar canções autorais inéditas e antigos sucessos.

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Estive em 2 dos 3 shows realizados por Zeca Baleiro no SESC – Vila Mariana – SP de 29 a 31 de janeiro. Fiquei impressionada com a qualidade do som da sala o que favorece, e muito, a realização de um espetáculo como esse, no formato acústico. Contando com o fiel companheiro de estrada, Tuco Marcondes, Zeca acrescentou o talentoso e premiado músico e produtor Swami Júnior para a excelente temporada de três dias no SESC.

O projeto “Influências” é mais uma vitoriosa realização do SESC de São Paulo que sempre promove shows interessantes e que fogem do padrão normal. A próxima atração do projeto é a cantora Wanderlea.

Sempre muito à vontade no palco e em sintonia perfeita com seu público, Zeca Baleiro apresentou nos 3 dias de show, não só as músicas de autores que o influenciaram como também algumas inéditas de sua autoria . “Armário” foi uma delas. Uma canção cheia de ironia e malícia , no melhor estilo de Baleiro. Canções que ele ouviu em sua infância , músicas de domínio público também fizeram parte do repertório. “Blackbird” de Lennon &McCartney e “Daniel” de Elton John e Bernie Taupin - que fazem parte da memória afetiva de todos que viveram a década de 60/70 - também estavam lá. Cartola, Assis Valente, Walter Franco, Geraldo Azevedo e Fagner foram outros compositores interpretados por Baleiro.

Um show enxuto, muito bem produzido e que mostra a maturidade musical de Zeca Baleiro que se encontra em um momento especial de sua carreira. Totalmente seguro do que quer, explorando ao máximo a sua popularidade para trazer ao seu público autores excelentes que nem sempre são divulgados como é o caso de dois compositores que ele escolheu: Lula Cortes , o pernambucano que fez um disco “cult”com Zé Ramalho nos anos 70 – Paêbiru- mas que lançou outros trabalhos excelentes, no estilo pop-rock e o conterrâneo de Zeca, Chico Maranhão, que também tem belos trabalhos, porém sem ter alcançado o grande público.
Da mesma forma que faz com o seu projeto “Baile do Baleiro”, onde convida cantores e autores que nem sempre estão na “mídia”, Zeca fez desse belo projeto realizado pelo SESC de São Paulo mais um ponto positivo em sua vitoriosa carreira.
* As duas fotos que ilustram a postagem foram gentilmente cedidas por Nei Lee. A primeira, no topo , ilustrava o folder com o release do show.

2 comentários:

viva musica disse...

gostei,estou sempre lendo sobre ele,eu tava até pensando em fazer um blog tipo assim,mas vc já se encarregou disso,gostei do blog,vou ler mais um pouco.

Klaudia Alvarez disse...

Olá Raquel!

Discordo de vc. Faça o seu blog! Cada um tem um jeito especial de falar das coisas. Mesmo que a gente esteja comentando sobre o mesmo artista, com certeza vai ser diferente. Bj!