Jorge Mautner fotografado durante seu show no Bar "Barbas" (Nelson Rodrigues Filho), em Botafogo, 1984 - Ao fundo o baixita, Feijão
Trechos do livro “PANFLETOS DA NOVA ERA” de Jorge Mautner – Global Editora, 1980 – Páginas 115 a 127
“Robertinho do Recife
Um guitarrista suave
Longe do disse que me disse
Toca guitarra como quem voa em aeronave
Bedengó
Um conjunto junto uma coisa só
Antonio Calmon
Cineasta da novidade mais perto da
Eternidade do que do cinema
E mais perto de mim e do som do que do Linear-cinemaikon!
Abel Silva
Poeta que é muita coisa
E anticoisa
A Abel de Noel
E Silva de madressilve
E a Rita Lee ?
Que causa inveja
Porque ri e ri
E simplesmente viceja hi! hi! hi!
E Antonio Bivar ?
Que é daqui
E bi como bicampeão e bi de bis ?
E vive no ar em todo lugar
E tem a cicatriz do ser feliz-infeliz ?
E Luis Carlos Maciel ?
Que tem um pé na Índia
E outro em Cascavel ?
E Torquato Neto
Que embora suicida
Foi um poeta tão direto e completo
Que pra mim ainda vive sua vida
E Valter Franco ?
Socialista humano espírita
Um negro mulato índio branco
E a Barca do Sol ?
Que canta em mi e sol e bemol a estória do rouxinol ?
E João Bosco ?
Que é real realista otimista
Puro duro se pensa como sendo (eu entendo) o futuro e é tosco
Eu tu nós vós convosco ?
E Aldir Blanc
Compositor também social-real
Mas aqui no país do Carnaval
Ele samba e fala em seu palanque, se bolera vai ter um mustang
E a jornalista, feminina e feminista
Mirna ? E o poeta –esteta Cláudio Willer ?
E o Roberto Bicelli
Que é como a onda que impele sua pele como um leme L
E faz a teoria da poesia ir e vir como quer o
(de novo) o Cláudio Willer ? (Will-er?)
(novo como um ovo)
E o André Gideano cristão-irmão
E xará Jorge
Da Cunha Lima
Fica embaixo ?
Ou sobe em cima ?
Fêmea-ou-macho
Eu gosto de laranja-lima e rima rima
E o poeta dos bandeirantes
E das terras do fim sem fim
Do hoje e amanhã que já era antes
Meu mestre de 1957 Paulo Bonfim !
E viva viva !
Apesar de já citado
Roberto Piva
Poeta por mim laureado e coroado, coitado !
Mas apesar de meu gênio passa bem obrigado.
E Rogério Sganzerlla
Que fez um universo de doce barbárie
E continua filmando e pensando como um gigante
Sósia do Orson Welles (versão XXI séc.) e com dor de cárie ?
E Júlio Bressani
A quem nos “fragmentos de sabonete” chamei de “afrancesado e intelectual”
Mas que na verdade é o mais mulatizado
Oswald-Andradiano, Ezra Pound, o carnaval total
E vem sempre transfigurado
É isso e aquilo
Tem menos e mais de um quilo
E pode e deve ser visto de leve por todo ângulo de todo quadrângulo
De todo lado e pecado
Bressani, me diga, me chame, estou perdoado ?
Se não for por ti anistiado
Morrerei de vexame
Intelectualizado e reprovado
No exame do teu exame
Vou parar por aqui senão fica tudo rimado
E eu morro de derrame, talvez
Pra chamar a atenção de você,
Pura propaganda que se fará, faz e se fez
Ou e/ou batuque-truque-reclame !
Tonico e Tinoco
Som caipira é tão bonito
Os conheço tão pouco!
José Celso Martinez Correa
É mais beleza (mesmo que muita tristeza)
Do que coisa feia e coisa meia
É inteiro, tudo ou nada, alma estraçalhada
E de grande realeza
Uma fortaleza onde habitam e não se conflitam
O príncipe e a princesa só depois
A condição primordial do pecado inicial tribal-social-espacial
Com toda a loucura da aventura mais pura e que um dia vivia presa,
Mas agora é livre se bem que tenha ainda tristeza.
Gianfranceso Guarnieri
Com seu teatro realista desde Gimba
Cativou meu coração com sua dura mandinga
De doce socialista condottieri
O avesso (bem travesso) já do avesso do avesso
Que é São Paulo de Piratininga
Moral de comissário de povo
Como um bebê, veja você, tudo de novo
Às vezes bebendo muita pinga do começo do começo
Serpa que notará
(O que é que há ? há-há-há! Humanismo também é gargalhar)
Este meu apreço sem preço
Mas com jeito
De elogio imperfeito
Ou beija-flor fabricado em gesso ? Euro-comunismo ?
Social-democracia ? Será que temos o mesmo endereço ?
E o Manduka ?
Que é poeta e tem a cuca na escuta
Filho de igual brilho ao pai
Que é poeta sentimental
Ai-ai-ai
E irmão em meu universo por igual
E do espaço sideral nunca cai
E mais pra nós do que pro pai
Que é que tem uai ?
E Geraldo Azevedo
Que sentiu toda dor
E todo amor (tetra-dor)
Desde cedo ?
Cuide do nariz
Cuide do dedo
Seja feliz
E não tenha medo
Pois o mistério de Deus é o grande X
Do inesquecível e incrível segredo
Que por onde quer
Que por onde quer que eu ande
Brinca comigo como quem brinca com um brinquedo
Que ninguém nunca mande nem comande
Em nós ou em vós nem que seja em filme de aventura com loucura como enredo
Ninguém ! Nem o Mestre Zen, nem o Jorge Ben !
Nem que você se chame Alexandre o Grande
Nem que você se chame Alfredo ou di Pedro
Ou simplesmente como toda gente
É assim como coisa que se expande
Este desejo de beijo e de ser livre
Do astronauta já robot ao nativo ashandi
E Geraldinho
Azevedo
Queremos carinho
Eu, tu, nós, vós e elas
O João a Maria a Ruth e o Godofredo da Silva Azevedo
Em todas as casas braços com ou sem asas e janelas
De edifícios e prédios
E morros e favelas
Nos lugares e ares de tédio/enumeram o engano como remédio
E nas mais viadas e gazelas ruelas
Coloridas como as cores da vida
Esquecidas do gosto do verdadeiro remédio
Como loucas e esquecidas aquarelas
Mas que todo mundo
Num segundo ao vê-las
Sabe que o mundo
Pode ser muito imundo
Mas triunfam as coisas belas
Viva as novas esquerdas e todos nós que estamos nelas
E o Oberdan do Black Rio é após ?
Que toca saxofone como nenhum de nós ?
E o grande Djalma
Que batuca com a cuca maluca de toda alma
Com a mão
Meu irmão
E todo o coração
Da sua palma
Que acalma
A própria pausa da calma, calma, te acalma alma ouve essa palma !
E Wilson Simonal
Que pra mim sempre será legal
Mesmo que inimigos eternos-antigos falem mal
Um artista é um artista
Faz sempre o bem porque é acima do bem e do mal
Mesmo se equivocando
Faz as coisas sambando
E assim se movimentando
Mesmo no erro que nós todos também erramos
Ele poderá ser anistiado quando
Ele for mais e mais se amando e se dando
Como todos nós
Que estamos juntos e também estamos sós
Errando
Se amando
Brigando
E anistiando
(sacaram meu recado ? o juiz mais que o juiz
Dos juízes, porque não ser amado, amando ?
O recado que deu por quem sou comandado
Era justamente para esta gente recomendado
Porque este medo de começar começando
Tudo até quando tudo estiver funcionando
E para isso (Simonal ? Eu ? Tu? Nós ? Calabar ? Golbery?
Wladimir Herzog ? Recruta morto por terroristas ? Jovem idealista
Morto pelos torturadores ? Onde estão as flores ? Cobrem amores e horrores ?
Mas nos ensina mestre Marcuse (só inferior a Wilson Batista em pensamento
E poesia) que a arte e a poesia de qualquer maneira, mesmo que não o queiram, não o saibam, pensem agir e estar contra, carregam a bandeira e o porta-estandarte da liberdade,
Mais do que a vanguarda, do ser, ou de qualquer outra coisa ? Tudo legal, amigo Simonal, viva o perdão do coração universal que as pessoas dão e se não dão não estão certas não, e o que é minha mensagem (com e sem malandragem) e é tudo afinal ? Como teu samba jazz, sem fim enfim, final sem final, afinal! Si-como si-de-lá de dó-e Mo-de Mono-Mono- e Nal de Nacional, tropical carnaval etcétera e tal, mas se errar outra vez, será perdoado como se faz, fará e se fez, de agora em diante, porque apenas adiante ó que está adiante, viva a harmonia do acorde dissonante, e já que estou aqui um, dois, três, vamos Simonal vamos, o que importa é abrir a porta e que aqui estamos prá algo de muitíssimo sensacional. Quem atira a primeira pedra, onde a violência é o normal e a traição o mais que normal, sempre escorrega na cobra cega e nega e nega mas sendo eu o anormal aquele que coisa e tal se arroga e interroga a mandar todo mundo se dar e perdoar como se fosse um doce de batata doce e com poderes de marechal de comando geral, fica tudo ok! Repito o que digo, Juízo amigo e vai ficar tudo legal.
E a Cor do Som
Que é bom como bombom
E o Haroldo de Campos
Que não é um mas é tantos
E o Augusto de Campos
Que é augusto nos cantos & encantos
E Décio Pignatari
Que dispensa comentário
E Martinho da Vila
Que é a escola transistorizada que desfila
E Jair Rodrigues
Que é samba
Do Brás e do bairro das perdizes
E Isaura Garcia
Luz da garoa e claro-escuro da harmonia
E o Itamar
Que é novo e acaba de chegar !
E o pior
É que ataquei o Belchior
Mais como símbolo que maquiavelicamente me servia
Naquele momento naquela noite e naquele exato dia
Para ser o bode expiatório de uma força maior
Que empurrava o pior para fora do Belchior
Mas ele foi melhor que eu e melhor que o pior
Pois se manipulou o populismo hoje vive no existencialismo
E assim o critiquei com super-radicalismo
(talvez decerto porque de mim sempre esteve muito perto
Desde papos no rio grande do sul no festival em 1974 da primavera
Ou ontem e anteontem e amanhã de todas as eras)
Pois queria ver nele o farisaísmo
E muito outro ismo
Que o meu fanatismo
Pela família baiana
A quem julguei atacada em seu arquétipo maná dadivoso
De ser a fonte-ponte-horizonte do divino maravilhoso
E na realmente também do embriagante e fascinante horror horroroso
Agora peço mão à palmatória
Eis no espaço de quatro anos minha autocrítica na História
Que eu e ele, Jorge Ben e Belchior
Construímos enquanto nos ritmos e sorrimos em mi bel e fá maior
Dei uma de juiz implacável
De sargento mor
Como é gente e inteligente e agradável
Este bigodudo do Belche, Belchior.
No show da anistia
Pelos presos de itamaracá
Agosto de 1979 foi o dia
Em que reuni forças para autocriticar
Eis aí
Eis aqui
Uma fofoca, um ti-tit-ti
Mas como disse Dostoievski
Sem cafajeste
Não há bom romance
Que não seja todo um lance
De diz-que-me diz e fofoca em ação
Que humildade tanto na salvação quanto na perdição
Se me derem a chance
Eu provo que sou como Maiacovski todo coração !
Belchior era e foi e será
Um religioso profundo que fez da poesia
Seu compromisso mais profundo e o maná
Da dadivosidade que luta de maneira absoluta pelo melhor que há
Houve e é
Sobre nossos ombros, pelos escombros e pela alegria com agonia
Da luta que a tente executa de impor com amor esta fé
Que é o é do sim
Que diz sim ao sim
E diz sim ao não
Porque não diz nunca não
E assim é sim até pro não sem fim assim sim !
Belchior Caetano Gil Jards Macalé Fagner Valter
Franco Chico Buarque (bem humorado) perto de mim !
Belchior é surrealista
É tão humano que atua
Como a brancura da lua
Ontem hábil populista
(na verdade tive inveja confesso
Do precoce e progresso de seu sucesso)
Hoje é freudiano a informar ternuras
Através das ondas hertzianas de todas as alturas
E com seu bigode machão
É doce como um melão
Ou gatinha no cio em pleno verão.
Aproveito
E meio sem jeito
Repito o que disse à viva voz durante show da anistia
Lá do Rio, mês de agosto, 1979, tinha Melodia, Gil, Macalé,
Fruto da terra, só que não lembro o dia
E teve Norma Benguel
E Regina Casé e muita realidade com fantasia
Só que me lembro a noite, mas não o dia
Mas sem desconversar poetando
Eis aí o que vou confessando
Já que o final sem final do livro está chegando
Anistio
Millor Fernandes
E Sérgio Cabral
Passo esponja e me rio
Dos momentos mediocrizantes
De nosso antigo lamaçal
Era tudo anti-anti- e super –intrigante
E demasiado racional
Linear chateante
Como o tédio do lar
Que é prisão para quem está mais adiante
Anistio os bandidos de cá
E os de lá
Talvez nós sejamos os piores
Mas sempre se há o melhor do melhor,
Este, a quem chamei de o pior dos piores
É que se chama Belchior
Talvez reproduzo
Um desenho seu
Que é como um difuso fuso de um parafuso
Que confuso e intruso desapareceu
Em Belchior vive como chama de liberdade feiticeira
Como em José Ramalho, a idéia do gênio de nossa nordestina
Paidéia, o Zé Limeira
Paraíba e Ceará
O que é que há ? Já sei de cor
Fabricaram Zé Limeira, José Ramalho, Fagner
E meu amigo novo antigo Belchior
Como é, vamos cantar com axé ?
Nascemos todos na imensa Bahia-Brasil
E vamos cantar todos em dó maior
Que segundo Luiz Gonzaga
Tom de pobre, tom de rico seria
Fã sustenido de lá bemol maior ?
Será que existe ?
O que ? Isso que eu disse ?
Ou o pior ? O melhor ? O sangue ? O mangue ?
O bangue-bangue ? A hora do amor que é alegria-dor-
Riso-suor ? Será que nós existimos mesmo
É místico irmão aluno de seminário onde o milagre
Do escândalo de Deus veio a esmo
Em frases latinas e vinho comunhão emoção ressurreição e vinagre !
Quero que você mais e mais
Na trajetória da paz
Se consagre e trague
Aquilo que nenhum dinheiro compra jamais
Mortais são imortais
E imortais são mortais.
Bob Dylan renativizado
Uivos de boiadeiro
Místico louco sincronizado
Rasteiro certeiro feiticeiro
E totalmente dedicado
Ao amor de seu país como o samba é casado com o pandeiro
Gênio da classe A-Bel ! G Z ?
Maria Alcina
Me alucina
E também
Como ninguém
E certo alguém
Me ensina a sina
Da fina mina
Que tem ouro e é tesouro
Que não termina
É papagaio louro
E loucura da MPB com vitamina !
E Cassiano é só blues
Que eu não compus ! Seduz como a luz de Jesus
Alcaçuz !
Regina Casé atriz de teatro e cinema, é o que é
A gemada gemada gema.
E Elba Ramalho
Que vem da Paraíba
E é um supercoringa de novo barulho ?
E Amelinha ?
Que é coisa nova e canta como gatinha ?
E Paulo Cotrim ? ontem ideólogo-esteta cristão, hoje continuando a arte
Sendo gourmet e glutão.
E o grupo de teatro infantil Umbu ? Que faz as crianças voarem como vôo
De mágica perdiz, e tem o magnífico Tarcísio Ortiz ?
E o grupo cinco estrelas ? Nunca mais pude vê-las ?
E etc ? Etc ? Etc ?
E agora os novos baianos
Que são novos todos os anos
E lavam meus pecados e desenganos
São mais que baianos são panamericanos
Demasiadamente
Gente
Demasiadamente
Humanos
E agora vou falar
De nosso Zé Limeira misturado com Wagner
Ele vem do Ceará pedaço do mundo
E se chama (quanta gente o ama)
De Raimundo
Fagner.
Eis aí
O que da boca louca e muito rouca eu colhi
Do poeta Abel
De seu amigo fiel
Falou com muito mel
E num zás-trás fez tudo outra vez
Vejam bem vocês (insensatez da sensatez ?)
Virar mel do mel do céu do céu
O que era maledicência
Onipotência prepotência
E o cruel do cruel mais fiel
E assim enfim todo mal da fofoca
Foi pro beleléu-lé-léu !
Ouça Jorge Mautner a história de Raimundo Fagner
E porque tanta gente no mundo
O ataca como se fosse um monstro qualquer,
Disse Abel, você quer ouvir, não quer ?
Olhando pro céu
Ele disse assim
Agora olhando pra mim
Eu disse sim
Abel olhou pra mim
E disse enfim assim:
(parecia tamborim)
(ou anjo serafim)
Ouça a história de Raimundo Fagner, ó Mautner:
No Ceará
Existe lá em Fortaleza
Uma minoria libanesa pobre
Que viu discriminada como qualquer
Outra minoria
E o pai de Raimundo Fagner era um libanês pobre e como todo libanês pobre tinha um filho muito mais velho ( seu nome ? X ? Y ?).
E outro muito novo (Fagner). De início, (perto da negação e do não e de seu precipício) R.F. teve vergonha do pai) por ser pobre ? Não ! mas por ser diferente do resto daquela gente daquele lugar de um país continente!) Mas certo súbito milagroso (divino-maravilhoso ?) dia, Raimundo Fagner entrou em harmonia com o mundo de seu velho-pai arquétipo libanês-minoria-cultural, quando seu pai venerando ao continuar seu misterioso e modulado canto ( canto que sempre provocava Raimundo Fagner ao ponto máximo da vergonha e da humilhação) de saudações a Alah da paz e filosofias multicoloridas e profundas como a embriaguês de deserto, naquele dia ao entardecer, com o som emanado da varanda ao por do sol, Fagner, ao invés da vergonha, sentiu aquele sem tonal insinuante se embeber em sua alma como a calma de vôo de uma cegonha (não mais vergonha !) que traz o bebê do novo mundo e foi assim que nasceu num segundo, o Fagner segundo, a nova alma de R. Fagner, assumindo todo seu mundo ( e dele Fagner e o de seu pai libanês), que ao invés de ser renegado era englobado, assimilado e transfigurado e continuado (que lindo esse canto atonalado !) E Raimundo Fagner que reatualizou, não desprezou mas englobou, e transforma esse legado de todo um espaço cultural tão gigantesco quanto o é o espaço do Islã. É uma grande soma para o Brasil, em termos de união e em termos de multiplicidade retransformada das partículas vindas do exterior, assimilação antropofágica de violões ibéricos acrescentadas a este toque mouro em Raimundo Fagner mostra sua extrema sofisticação e importância cultural em nosso molho de ideologia brasileira que há de realimentar não só as bocas sequiosas de fome de sede de outras comidas, mas de todas as fomes, principalmente a fome a sede de paisagens novíssimas culturais e estímulos de vida,
Etc etc...”
“Robertinho do Recife
Um guitarrista suave
Longe do disse que me disse
Toca guitarra como quem voa em aeronave
Bedengó
Um conjunto junto uma coisa só
Antonio Calmon
Cineasta da novidade mais perto da
Eternidade do que do cinema
E mais perto de mim e do som do que do Linear-cinemaikon!
Abel Silva
Poeta que é muita coisa
E anticoisa
A Abel de Noel
E Silva de madressilve
E a Rita Lee ?
Que causa inveja
Porque ri e ri
E simplesmente viceja hi! hi! hi!
E Antonio Bivar ?
Que é daqui
E bi como bicampeão e bi de bis ?
E vive no ar em todo lugar
E tem a cicatriz do ser feliz-infeliz ?
E Luis Carlos Maciel ?
Que tem um pé na Índia
E outro em Cascavel ?
E Torquato Neto
Que embora suicida
Foi um poeta tão direto e completo
Que pra mim ainda vive sua vida
E Valter Franco ?
Socialista humano espírita
Um negro mulato índio branco
E a Barca do Sol ?
Que canta em mi e sol e bemol a estória do rouxinol ?
E João Bosco ?
Que é real realista otimista
Puro duro se pensa como sendo (eu entendo) o futuro e é tosco
Eu tu nós vós convosco ?
E Aldir Blanc
Compositor também social-real
Mas aqui no país do Carnaval
Ele samba e fala em seu palanque, se bolera vai ter um mustang
E a jornalista, feminina e feminista
Mirna ? E o poeta –esteta Cláudio Willer ?
E o Roberto Bicelli
Que é como a onda que impele sua pele como um leme L
E faz a teoria da poesia ir e vir como quer o
(de novo) o Cláudio Willer ? (Will-er?)
(novo como um ovo)
E o André Gideano cristão-irmão
E xará Jorge
Da Cunha Lima
Fica embaixo ?
Ou sobe em cima ?
Fêmea-ou-macho
Eu gosto de laranja-lima e rima rima
E o poeta dos bandeirantes
E das terras do fim sem fim
Do hoje e amanhã que já era antes
Meu mestre de 1957 Paulo Bonfim !
E viva viva !
Apesar de já citado
Roberto Piva
Poeta por mim laureado e coroado, coitado !
Mas apesar de meu gênio passa bem obrigado.
E Rogério Sganzerlla
Que fez um universo de doce barbárie
E continua filmando e pensando como um gigante
Sósia do Orson Welles (versão XXI séc.) e com dor de cárie ?
E Júlio Bressani
A quem nos “fragmentos de sabonete” chamei de “afrancesado e intelectual”
Mas que na verdade é o mais mulatizado
Oswald-Andradiano, Ezra Pound, o carnaval total
E vem sempre transfigurado
É isso e aquilo
Tem menos e mais de um quilo
E pode e deve ser visto de leve por todo ângulo de todo quadrângulo
De todo lado e pecado
Bressani, me diga, me chame, estou perdoado ?
Se não for por ti anistiado
Morrerei de vexame
Intelectualizado e reprovado
No exame do teu exame
Vou parar por aqui senão fica tudo rimado
E eu morro de derrame, talvez
Pra chamar a atenção de você,
Pura propaganda que se fará, faz e se fez
Ou e/ou batuque-truque-reclame !
Tonico e Tinoco
Som caipira é tão bonito
Os conheço tão pouco!
José Celso Martinez Correa
É mais beleza (mesmo que muita tristeza)
Do que coisa feia e coisa meia
É inteiro, tudo ou nada, alma estraçalhada
E de grande realeza
Uma fortaleza onde habitam e não se conflitam
O príncipe e a princesa só depois
A condição primordial do pecado inicial tribal-social-espacial
Com toda a loucura da aventura mais pura e que um dia vivia presa,
Mas agora é livre se bem que tenha ainda tristeza.
Gianfranceso Guarnieri
Com seu teatro realista desde Gimba
Cativou meu coração com sua dura mandinga
De doce socialista condottieri
O avesso (bem travesso) já do avesso do avesso
Que é São Paulo de Piratininga
Moral de comissário de povo
Como um bebê, veja você, tudo de novo
Às vezes bebendo muita pinga do começo do começo
Serpa que notará
(O que é que há ? há-há-há! Humanismo também é gargalhar)
Este meu apreço sem preço
Mas com jeito
De elogio imperfeito
Ou beija-flor fabricado em gesso ? Euro-comunismo ?
Social-democracia ? Será que temos o mesmo endereço ?
E o Manduka ?
Que é poeta e tem a cuca na escuta
Filho de igual brilho ao pai
Que é poeta sentimental
Ai-ai-ai
E irmão em meu universo por igual
E do espaço sideral nunca cai
E mais pra nós do que pro pai
Que é que tem uai ?
E Geraldo Azevedo
Que sentiu toda dor
E todo amor (tetra-dor)
Desde cedo ?
Cuide do nariz
Cuide do dedo
Seja feliz
E não tenha medo
Pois o mistério de Deus é o grande X
Do inesquecível e incrível segredo
Que por onde quer
Que por onde quer que eu ande
Brinca comigo como quem brinca com um brinquedo
Que ninguém nunca mande nem comande
Em nós ou em vós nem que seja em filme de aventura com loucura como enredo
Ninguém ! Nem o Mestre Zen, nem o Jorge Ben !
Nem que você se chame Alexandre o Grande
Nem que você se chame Alfredo ou di Pedro
Ou simplesmente como toda gente
É assim como coisa que se expande
Este desejo de beijo e de ser livre
Do astronauta já robot ao nativo ashandi
E Geraldinho
Azevedo
Queremos carinho
Eu, tu, nós, vós e elas
O João a Maria a Ruth e o Godofredo da Silva Azevedo
Em todas as casas braços com ou sem asas e janelas
De edifícios e prédios
E morros e favelas
Nos lugares e ares de tédio/enumeram o engano como remédio
E nas mais viadas e gazelas ruelas
Coloridas como as cores da vida
Esquecidas do gosto do verdadeiro remédio
Como loucas e esquecidas aquarelas
Mas que todo mundo
Num segundo ao vê-las
Sabe que o mundo
Pode ser muito imundo
Mas triunfam as coisas belas
Viva as novas esquerdas e todos nós que estamos nelas
E o Oberdan do Black Rio é após ?
Que toca saxofone como nenhum de nós ?
E o grande Djalma
Que batuca com a cuca maluca de toda alma
Com a mão
Meu irmão
E todo o coração
Da sua palma
Que acalma
A própria pausa da calma, calma, te acalma alma ouve essa palma !
E Wilson Simonal
Que pra mim sempre será legal
Mesmo que inimigos eternos-antigos falem mal
Um artista é um artista
Faz sempre o bem porque é acima do bem e do mal
Mesmo se equivocando
Faz as coisas sambando
E assim se movimentando
Mesmo no erro que nós todos também erramos
Ele poderá ser anistiado quando
Ele for mais e mais se amando e se dando
Como todos nós
Que estamos juntos e também estamos sós
Errando
Se amando
Brigando
E anistiando
(sacaram meu recado ? o juiz mais que o juiz
Dos juízes, porque não ser amado, amando ?
O recado que deu por quem sou comandado
Era justamente para esta gente recomendado
Porque este medo de começar começando
Tudo até quando tudo estiver funcionando
E para isso (Simonal ? Eu ? Tu? Nós ? Calabar ? Golbery?
Wladimir Herzog ? Recruta morto por terroristas ? Jovem idealista
Morto pelos torturadores ? Onde estão as flores ? Cobrem amores e horrores ?
Mas nos ensina mestre Marcuse (só inferior a Wilson Batista em pensamento
E poesia) que a arte e a poesia de qualquer maneira, mesmo que não o queiram, não o saibam, pensem agir e estar contra, carregam a bandeira e o porta-estandarte da liberdade,
Mais do que a vanguarda, do ser, ou de qualquer outra coisa ? Tudo legal, amigo Simonal, viva o perdão do coração universal que as pessoas dão e se não dão não estão certas não, e o que é minha mensagem (com e sem malandragem) e é tudo afinal ? Como teu samba jazz, sem fim enfim, final sem final, afinal! Si-como si-de-lá de dó-e Mo-de Mono-Mono- e Nal de Nacional, tropical carnaval etcétera e tal, mas se errar outra vez, será perdoado como se faz, fará e se fez, de agora em diante, porque apenas adiante ó que está adiante, viva a harmonia do acorde dissonante, e já que estou aqui um, dois, três, vamos Simonal vamos, o que importa é abrir a porta e que aqui estamos prá algo de muitíssimo sensacional. Quem atira a primeira pedra, onde a violência é o normal e a traição o mais que normal, sempre escorrega na cobra cega e nega e nega mas sendo eu o anormal aquele que coisa e tal se arroga e interroga a mandar todo mundo se dar e perdoar como se fosse um doce de batata doce e com poderes de marechal de comando geral, fica tudo ok! Repito o que digo, Juízo amigo e vai ficar tudo legal.
E a Cor do Som
Que é bom como bombom
E o Haroldo de Campos
Que não é um mas é tantos
E o Augusto de Campos
Que é augusto nos cantos & encantos
E Décio Pignatari
Que dispensa comentário
E Martinho da Vila
Que é a escola transistorizada que desfila
E Jair Rodrigues
Que é samba
Do Brás e do bairro das perdizes
E Isaura Garcia
Luz da garoa e claro-escuro da harmonia
E o Itamar
Que é novo e acaba de chegar !
E o pior
É que ataquei o Belchior
Mais como símbolo que maquiavelicamente me servia
Naquele momento naquela noite e naquele exato dia
Para ser o bode expiatório de uma força maior
Que empurrava o pior para fora do Belchior
Mas ele foi melhor que eu e melhor que o pior
Pois se manipulou o populismo hoje vive no existencialismo
E assim o critiquei com super-radicalismo
(talvez decerto porque de mim sempre esteve muito perto
Desde papos no rio grande do sul no festival em 1974 da primavera
Ou ontem e anteontem e amanhã de todas as eras)
Pois queria ver nele o farisaísmo
E muito outro ismo
Que o meu fanatismo
Pela família baiana
A quem julguei atacada em seu arquétipo maná dadivoso
De ser a fonte-ponte-horizonte do divino maravilhoso
E na realmente também do embriagante e fascinante horror horroroso
Agora peço mão à palmatória
Eis no espaço de quatro anos minha autocrítica na História
Que eu e ele, Jorge Ben e Belchior
Construímos enquanto nos ritmos e sorrimos em mi bel e fá maior
Dei uma de juiz implacável
De sargento mor
Como é gente e inteligente e agradável
Este bigodudo do Belche, Belchior.
No show da anistia
Pelos presos de itamaracá
Agosto de 1979 foi o dia
Em que reuni forças para autocriticar
Eis aí
Eis aqui
Uma fofoca, um ti-tit-ti
Mas como disse Dostoievski
Sem cafajeste
Não há bom romance
Que não seja todo um lance
De diz-que-me diz e fofoca em ação
Que humildade tanto na salvação quanto na perdição
Se me derem a chance
Eu provo que sou como Maiacovski todo coração !
Belchior era e foi e será
Um religioso profundo que fez da poesia
Seu compromisso mais profundo e o maná
Da dadivosidade que luta de maneira absoluta pelo melhor que há
Houve e é
Sobre nossos ombros, pelos escombros e pela alegria com agonia
Da luta que a tente executa de impor com amor esta fé
Que é o é do sim
Que diz sim ao sim
E diz sim ao não
Porque não diz nunca não
E assim é sim até pro não sem fim assim sim !
Belchior Caetano Gil Jards Macalé Fagner Valter
Franco Chico Buarque (bem humorado) perto de mim !
Belchior é surrealista
É tão humano que atua
Como a brancura da lua
Ontem hábil populista
(na verdade tive inveja confesso
Do precoce e progresso de seu sucesso)
Hoje é freudiano a informar ternuras
Através das ondas hertzianas de todas as alturas
E com seu bigode machão
É doce como um melão
Ou gatinha no cio em pleno verão.
Aproveito
E meio sem jeito
Repito o que disse à viva voz durante show da anistia
Lá do Rio, mês de agosto, 1979, tinha Melodia, Gil, Macalé,
Fruto da terra, só que não lembro o dia
E teve Norma Benguel
E Regina Casé e muita realidade com fantasia
Só que me lembro a noite, mas não o dia
Mas sem desconversar poetando
Eis aí o que vou confessando
Já que o final sem final do livro está chegando
Anistio
Millor Fernandes
E Sérgio Cabral
Passo esponja e me rio
Dos momentos mediocrizantes
De nosso antigo lamaçal
Era tudo anti-anti- e super –intrigante
E demasiado racional
Linear chateante
Como o tédio do lar
Que é prisão para quem está mais adiante
Anistio os bandidos de cá
E os de lá
Talvez nós sejamos os piores
Mas sempre se há o melhor do melhor,
Este, a quem chamei de o pior dos piores
É que se chama Belchior
Talvez reproduzo
Um desenho seu
Que é como um difuso fuso de um parafuso
Que confuso e intruso desapareceu
Em Belchior vive como chama de liberdade feiticeira
Como em José Ramalho, a idéia do gênio de nossa nordestina
Paidéia, o Zé Limeira
Paraíba e Ceará
O que é que há ? Já sei de cor
Fabricaram Zé Limeira, José Ramalho, Fagner
E meu amigo novo antigo Belchior
Como é, vamos cantar com axé ?
Nascemos todos na imensa Bahia-Brasil
E vamos cantar todos em dó maior
Que segundo Luiz Gonzaga
Tom de pobre, tom de rico seria
Fã sustenido de lá bemol maior ?
Será que existe ?
O que ? Isso que eu disse ?
Ou o pior ? O melhor ? O sangue ? O mangue ?
O bangue-bangue ? A hora do amor que é alegria-dor-
Riso-suor ? Será que nós existimos mesmo
É místico irmão aluno de seminário onde o milagre
Do escândalo de Deus veio a esmo
Em frases latinas e vinho comunhão emoção ressurreição e vinagre !
Quero que você mais e mais
Na trajetória da paz
Se consagre e trague
Aquilo que nenhum dinheiro compra jamais
Mortais são imortais
E imortais são mortais.
Bob Dylan renativizado
Uivos de boiadeiro
Místico louco sincronizado
Rasteiro certeiro feiticeiro
E totalmente dedicado
Ao amor de seu país como o samba é casado com o pandeiro
Gênio da classe A-Bel ! G Z ?
Maria Alcina
Me alucina
E também
Como ninguém
E certo alguém
Me ensina a sina
Da fina mina
Que tem ouro e é tesouro
Que não termina
É papagaio louro
E loucura da MPB com vitamina !
E Cassiano é só blues
Que eu não compus ! Seduz como a luz de Jesus
Alcaçuz !
Regina Casé atriz de teatro e cinema, é o que é
A gemada gemada gema.
E Elba Ramalho
Que vem da Paraíba
E é um supercoringa de novo barulho ?
E Amelinha ?
Que é coisa nova e canta como gatinha ?
E Paulo Cotrim ? ontem ideólogo-esteta cristão, hoje continuando a arte
Sendo gourmet e glutão.
E o grupo de teatro infantil Umbu ? Que faz as crianças voarem como vôo
De mágica perdiz, e tem o magnífico Tarcísio Ortiz ?
E o grupo cinco estrelas ? Nunca mais pude vê-las ?
E etc ? Etc ? Etc ?
E agora os novos baianos
Que são novos todos os anos
E lavam meus pecados e desenganos
São mais que baianos são panamericanos
Demasiadamente
Gente
Demasiadamente
Humanos
E agora vou falar
De nosso Zé Limeira misturado com Wagner
Ele vem do Ceará pedaço do mundo
E se chama (quanta gente o ama)
De Raimundo
Fagner.
Eis aí
O que da boca louca e muito rouca eu colhi
Do poeta Abel
De seu amigo fiel
Falou com muito mel
E num zás-trás fez tudo outra vez
Vejam bem vocês (insensatez da sensatez ?)
Virar mel do mel do céu do céu
O que era maledicência
Onipotência prepotência
E o cruel do cruel mais fiel
E assim enfim todo mal da fofoca
Foi pro beleléu-lé-léu !
Ouça Jorge Mautner a história de Raimundo Fagner
E porque tanta gente no mundo
O ataca como se fosse um monstro qualquer,
Disse Abel, você quer ouvir, não quer ?
Olhando pro céu
Ele disse assim
Agora olhando pra mim
Eu disse sim
Abel olhou pra mim
E disse enfim assim:
(parecia tamborim)
(ou anjo serafim)
Ouça a história de Raimundo Fagner, ó Mautner:
No Ceará
Existe lá em Fortaleza
Uma minoria libanesa pobre
Que viu discriminada como qualquer
Outra minoria
E o pai de Raimundo Fagner era um libanês pobre e como todo libanês pobre tinha um filho muito mais velho ( seu nome ? X ? Y ?).
E outro muito novo (Fagner). De início, (perto da negação e do não e de seu precipício) R.F. teve vergonha do pai) por ser pobre ? Não ! mas por ser diferente do resto daquela gente daquele lugar de um país continente!) Mas certo súbito milagroso (divino-maravilhoso ?) dia, Raimundo Fagner entrou em harmonia com o mundo de seu velho-pai arquétipo libanês-minoria-cultural, quando seu pai venerando ao continuar seu misterioso e modulado canto ( canto que sempre provocava Raimundo Fagner ao ponto máximo da vergonha e da humilhação) de saudações a Alah da paz e filosofias multicoloridas e profundas como a embriaguês de deserto, naquele dia ao entardecer, com o som emanado da varanda ao por do sol, Fagner, ao invés da vergonha, sentiu aquele sem tonal insinuante se embeber em sua alma como a calma de vôo de uma cegonha (não mais vergonha !) que traz o bebê do novo mundo e foi assim que nasceu num segundo, o Fagner segundo, a nova alma de R. Fagner, assumindo todo seu mundo ( e dele Fagner e o de seu pai libanês), que ao invés de ser renegado era englobado, assimilado e transfigurado e continuado (que lindo esse canto atonalado !) E Raimundo Fagner que reatualizou, não desprezou mas englobou, e transforma esse legado de todo um espaço cultural tão gigantesco quanto o é o espaço do Islã. É uma grande soma para o Brasil, em termos de união e em termos de multiplicidade retransformada das partículas vindas do exterior, assimilação antropofágica de violões ibéricos acrescentadas a este toque mouro em Raimundo Fagner mostra sua extrema sofisticação e importância cultural em nosso molho de ideologia brasileira que há de realimentar não só as bocas sequiosas de fome de sede de outras comidas, mas de todas as fomes, principalmente a fome a sede de paisagens novíssimas culturais e estímulos de vida,
Etc etc...”
2 comentários:
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